Abrir os olhos pra espantar o medo
Uma historinha boba da minha vida, que todos meus amigos já estão cansados de ouvir.
Tem uma historinha da minha vida que eu sempre repito. Talvez seja meio coach das ideia, talvez meio aqueles livros de auto-ajuda de banca de jornal. Com certeza é bem clichezona, mas aconteceu de verdade e sempre retomo ela em várias situações. Ela é mais ou menos assim:
Por um trauma específico, eu cresci como uma criança bem medrosa. Tinha muitos pesadelos, não assistia filmes de terror, dava um escândalo no carro se meus pais parassem no sinal vermelho durante a noite. Em parques de diversão, eu nunca queria ir naquelas mansões do terror porque elas me deixavam apavorado. Mas meus pais, talvez por serem jovens e nos anos 90, me forçavam a ir de qualquer jeito nessas coisas. Meu irmão adorava.
Eu ia. À força. Ficava o tempo todo de olhos fechados e chorando gritando. Eu não queria ver nada porque estava com muito medo, então ficava nesse escuro ouvindo só os gritos e isso me deixava com mais medo ainda.
Uma vez, quando eu tinha uns sete anos, antes da gente entrar em uma dessas mansões do terror com os carrinhos passando por salas escuras – provavelmente num parquinho desses temporários na Praia Grande –, minha mãe me disse algo que minha memória emocional lembra como:
“Fe, eu sei que é difícil, mas abre os olhos. Abre os olhos e você vai ver que é tudo plástico. Você só está com esse medo porque você continua fechando seus olhos. Quando você abrir, vai descobrir que é muito mais bobo do que pensava.”
Ela me fez prometer que eu ia ficar o percurso todo de olhos abertos. Eu fiquei. Obviamente, vi o quão tosco era tudo isso. Nunca mais tive medo desses brinquedos. Simplesmente porque resolvi abrir o olho.
Sei que é uma historinha meio bobinha, uma anedota meio óbvia até, mas me pego pensando nela de tempos em tempos, porque, de tempos em tempos, me vejo de olhos fechados. Com medo de enfrentar uma realidade que na verdade é muito mais simples do que as versões dela que minha mente está criando.
Aquela tarefa que você tá enrolando pra começar, aquela conversa difícil que ninguém quer ter, aquele emprego que você não sabe se é pra você, aquela pessoa que você quer dar em cima, aquela decisão que parece super complexa.
A gente só vai saber o tamanho real do problema depois de ficar de frente com ele, depois de abrir os olhos, e, quase sempre, vai ser muito mais tranquilo do que pensávamos. Enquanto isso, é só a nossa imaginação criando as piores situações possíveis.
Essa analogia, talvez justamente por ser bobinha, serve pra tudo. Não a toa eu uso ela o tempo todo. Tudo é mais aterrorizante quando estamos no escuro. “O conhecimento ilumina” por uma razão. Aquele projeto assustador com o potencial de mudar a sua vida, no fim, é só barbante, fita dupla-face, pedaços de plástico e cartolina. Tudo coisa que a gente consegue lidar com uma tesoura sem ponta. É só respirar, olhar pra ele direito e pensar “ok, por onde eu começo?” e andar (quase) sem medo.
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Siim! O CR_IA, meu curso sobre como IA pode te ajudar a melhorar sua produtividade e criatividade, chegou na sua sétima turma! Vai ser na próxima terça-feira, dia 5 de Setembro, às 19:00 (horário do Brasil).
Eu ando feliz de verdade com essa ideia, como meus alunos já estão usando IA em uma porrada de coisas e no feedback que tenho recebido das aulas. Alguns da última aula aqui:
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Não sabe se o curso seria legal pra você? Só responder esse email que a gente conversa!
O que tenho feito
Finalmente terminando de ler A Little Life. Só faltam uns 10%. Muita gente amaa esse livro. Eu passei por várias fases com ele. Por enquanto eu gosto, não amo.
Preparando uma nova turma do CR_IA. Vai ser a turma de número 7 e, ao todo, já estou batendo os 200 alunos. Tô feliz demais com esse avanço todo do curso. Você pode se inscrever na próxima turma clicando aqui.
Voltei a uma vida de festa em Berlim. Desde 2018-19 eu tinha meio parado de ir em baladas aqui na cidade, mas parece que elas voltaram. Hoje eu vou em uma com o tema Midsommar. Me deseje sorte.
Ajudando a Debbie a criar um versão em inglês do guia dela para viajar com animais. Queria contar isso só pra deixar essa imagem que fiz com IA para vocês.
Assistindo as novas temporadas de Billions, Cidade Invisível e What We Do In the Shadows. Billions eu amo, já falei ali em cima. Cidade Invisível é mei podre, mas é br e eu gosto da premissa. WWDTS é incrível e tô me divertindo muito nessa temporada.
Terminando um sistema de CRM no Notion. Ele é todo e conectado com Zapier e com IA para a minha amiga Lu Levy.
Dando uma super consultoria de Midjourney (ó eu com as IA de novo) para uma agência de branding. Estou criando um produto bem legal junto deles.
Caçando rato pela casa. Ou melhor, sobrevivendo com os ratos aqui de casa. Quem viu a novela nos meus Stories sabe, mas pelo jeito eles já foram tudo embora.
Criei um “Instagram secreto”. Eu estava cansado de dar meu Instagram ~profissional pros meus novos amigos europeus e criei uma versão low-profile só pra postar fotos de vez em nunca. Não que alguém se importe, mas coloquei o link dele escondido em alguma letra aqui do email.
Criando uma nova capa de revista. Também usando IA, mas dessa vez mais artística. Fiquei super feliz com o resultado e espero que soltem ela logo.
Dessa vez eu nem escrevi tanto, vai!
Se você leu até aqui, fica esse vídeo sobre como usar facas pra cozinhar, que achei super útil. Hehe
Até semana que vem!
Fe